Paciente em estado terminal, sempre vocalizando mas não gritando, perguntava-lhe: sentes dor? Ele respondia: 'Não'. Perguntava-lhe posso fazer algo para ajudar? Respondia: 'Não, eu estou bem' perto das duas da madrugada noto que se contorcia, perguntei-lhe se poderia inspecionar a sua fralda, respondeu; 'sim' inspecionei e vi que precisava de ser mudada visto que tinha urinado. Mudei-lhe a fralda e ao tirar a fralda urinada e pegar na fralda seca e limpa, ele urinou de novo e molhou o lençol, eu não vi mais nenhum lençol então meti absorventes e explicaria de manhã à esposa o que tinha sucedido. Assim fiz de manhã quando ela desceu eu expliquei-lhe a situação, e ela respondeu ah sim ele costuma fazer isso. vim para casa , voltei para o mesmo paciente. quando cheguei e me apresentei, ela veio ter comigo e explicou-me com injetor automático para controlar as dores, e mencionou que as enfermeiras que tinha vindo de manhã para o lavar e mudar que não estavam muito contentes porque o encontraram completamente encharcado em urina, eu mas tu sabes que eu inspecionei a fralda antes que de me ir embora e tu estavas aqui e viste. Ela: sim é verdade, pois, ele poder urinado logo a seguir... ela foi dormir eu fiquei a zelar pelo esposo moribundo, os gemidos foram intensificando então eu resolvi chamar serviço de enfermagem distrital e expliquei o que se estava a passar, as duas enfermeiras chegaram, e aplicaram-lhe uma injeção. foram-se embora e passado pouco tempo o paciente adormeceu e dormiu o resto da noite, eu ia inspecionando a fralda de vez em quando para ter a certeza que ela estava confortável, seco e limpo. de manhã por volta das 06h30, perto da hora de eu terminar o turno, voltei a inspecionar e quando a esposa desceu, eu dei-lhe o resumo dos acontecimentos e informei-a também de que tinha acabado de inspecionar se o marido tinha a fralda seca e limpa. voltamos as duas a inspecionar e eu disse-lhe que também devido ao meu sistema olfativo ser forte eu conseguia detetar pelo odor se a pessoa tinha a fralda urinada ou suja, e onde ela disse:, 'ah pois eu também sou assim e eu ontem conseguia sentir o cheiro e hoje não'. eu expliquei-lhe que isso seria por causa do lençol que não tinha sido mudado mas que estava seco devido aos absorventes que eu tinha posto por cima do lençol no sitio onde estava molhado de urina. e o que foi que a senhora fez...?... fez queixa de mim. inventando uma história de que eu a tinha mandado cheirar o marido! coisa que eu nunca fiz. ao fim de 6 anos a trabalhar para esta empresa eu nunca tinha sido alvo de queixas por parte dos clientes e agora de repente do nada duas pessoas fazem queixa de mim.
Eu e a Síndrome de Asperger
terça-feira, 7 de outubro de 2025
domingo, 5 de outubro de 2025
A Queixa
Pediu para dar medicação ao familiar, nada constava na documentação que eu poderia dar medicação, e ainda por cima a medicação que ela queria que eu desse ao seu familiar, estava dentro de um recipiente de plástico que não era sequer o recipiente original e nem tinha o receituário com a discriminação das dosagens e o nome dos medicamentos. Expliquei-lhe que sem esses dados eu não estava autorizada a dar medicação ao seu familiar. Mudou então de discurso e disse que apenas precisava que eu a ajudasse a soerguer o familiar, e que era lhe daria a medicação. Ficou então combinado que assim faríamos, eu disse-lhe que o meu turno terminava às 07h00 e que a tal hora eu tinha de estar dentro do meu carro em direcção a casa. Tudo certo. De manhã ajudei a prestar cuidados de higiene e fazer o reposicionamento. Visto que o doente puxou a algália, isso fez com os lençóis da cama ficassem molhados por causa da urina, mudei-lhe a fralda, apliquei creme anti-assaduras, e mudamos todos os lençóis e cobertas da cama. Quando fiz 'clock out'/marquei o ponto para sair, já passavam 15 minutos das 07h00.
Voltei no dia seguinte, e já organizei melhor as coisas, de manhã verifiquei se a algália estava no sítio, verifquei a fralda, e tudo estava em ordem. Tal como na noite anterior, aquele doente dormia até às 02h00 e depois acordava e ficava irrequieto, querendo mesmo sair da cama. Eu explicava-lhe que devido a ele não ter força nem nas pernas e nem na coluna, ele não se conseguiria manter de pé e que infelizmente eu não poderia ajudar nesse sentido. Eu fiz o melhor que pude para o manter confortável na cama e oferecendo bebidas quentes ou frias tais como, água, chá, café ou sumo, na primeira noite ele bebeu 3 chávenas de chá, na segunda noite bebeu apenas uma, manteve-se acordado ate quase às 06h00,ajudei-o a soerguer-se e ficar na posição sentado, visto que é uma cama articulada de hospital. Ela veio para baixo hás 07h30 +/- eu dei-lhe conta de como foi a noite do seu familiar, e conversamos um bocadinho ele desfez-se em agradecimentos e elogios, e disse-me que eu poderia ir para casa que ela daria agora conta do recado.
Eu fui para casa fiz a minha rotina normal do dia a dia e fui dormir.
Quando acordei e fui ver as mensagens, deparo com a mensagem da minha encarregada, que dizia o seguinte: 'Paula nós recebemos uma queixa de um/uma cliente e nós temos outra alternativa a não ser retirar-te da rota e proceder a uma investigação. Fique pasma, não conseguia entender de onde/quem vinha a reclamação, e a reclamação citava que eu tinha demonstrado relutância em assistir o meu paciente com cuidados pessoais, e que tinha feito comentários inapropriados.
Fiquei atónita. Que comentários é que eu poderia ter feito?! E jamais em circunstância alguma eu recusaria prestar cuidado a qualquer paciente meu.
Ficou agendado uma reunião para o dali a 3 dias.
No dia marcado eu apresentei-me no escritório da empresa à hoa marcada. A denúncia veio então da familiar do meu último paciente, a que queria que eu desse medicação sem ter o receituário e ao qual eu tinha explicado que sem ter escrito na planilha de cuidados que eu podia prestar ao meu paciente, que eu poderia dar medicação, eu não podia dar medicação sem antes contactar o centro de enfermagem e pedir aconselhamento. Ela decidiu então fazer queixa de acusando-me de recusar prestar cuidados ao seu familiar, além de inventar uma serie de mentiras. Eu prestei o meu depoimento e apresentei factos e provas pois tudo ficou electrónicamente documentado.
Fui para casa, e depois fui às compras. Estava no meio de um dos corredores do supermercado quando toca o meu telemóvel, era a minha encarregada a dizer que eu já estava de volta à rota de trabalho e para eu esquecer tudo o que se tinha passado e para não me preocupar mais com o assunto. Eu nada disse para além de agradecer, mas a raiva, o choque com a desplante daquela pessoa ao me fazer falsas acusações, deixou marcas até hoje, e eu agora já só quero abandonar esta empresa e esta profissão. Quanto mais lido com humanos menos eu gosto deles. 😑
sábado, 27 de setembro de 2025
🤷🧘
😶🌫️Apesar de me apetecer tanto escrever cada vez que me sento em frente do computador, ou neste caso, em frente ao tablet, o meu cérebro fica paralisado e nada me saí do miolo cinzento.
Faço me a mim mesma a seguinte pergunta; será devido ao trauma da minha adolescência quando fui brutalmente espancada pelo meu pai e pela minha madrasta quando descobriram o "romance que eu andava a escrever às escondidas precisamente por saber o castigo que me seria dado. Apesar de ser autista (embora naquele tempo ninguém nem mesmo eu sabia que eu era autista tentaram internar-me em hospícios para pessoas mentalmente perturbadas mas não faziam ideia de que eu era autista, se soubessem acho que teriam conseguido internar-me) eu tinha imaginação e continuo a ter só que hoje aos 64 anos já não consigo transportar a minha imaginação para o papel/ecrã.
😶🌫️O cansaço já se nota🧠
O cansaço e a tristeza são bem vísiveis.
Divido o meu tempo a escrever e a olhar para o monitor vigiando o meu paciente que dorme o soninho dos justos. É incrível como consegue dormir todo torcido como um caracol, , sofre de duas doenças degenaritivas e neurológicas, O cérebro vai morrendo lentamente...
Fico imaginando o que se passa na cabeça desses doentes, quais os seus pensamentos? O que é que realmente sentem? Sentem medo e incerteza no inicio da doença mas depois que a doença avança e eles vão perdendo todas as suas faculdades cognitivas... o que é que fica?
sábado, 13 de setembro de 2025
Osteoartrite
Degeneração da cartilagem articular e do osso subjacente, mais comum a partir da meia-idade. Causa dor e rigidez, especialmente nas articulações da anca, joelho e polegar.
Passei os meus dias de folga numa agonia imensa, é que não foi apenas a osteoartrite, foi também a incontinência urinária, pois é, eu sofro de incontinência urinária variável, desde os 55 anos e Osteoartrite mais recentemente. começou no peito dos pés, passando aos tornozelos, e agora já me ataca os dedos da mão direita, o primeiro episódio for no dedo do meio da mão direita e de seguida passou para o polegar também da mão direita, foi difícil de diagnosticar porque a pele afetada não apresentava vermelhidão e nem alteração de temperatura. Só que desta vez a vermelhidão, o inchaço e a alteração de temperatura, são bem evidentes...
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Foi assim que a minha mão direita ficou durante Quarta e Quinta feira, os meus dois dias de folga |
Tenho que andar com uma tala para que o polegar não seja exposto a esforços e desgaste.
E a luva de massagem é uma verdadeira dádiva, desde que a uso que o inchaço da mão reduziu em 85%
O chato disto tudo
é o facto de eu ter que estar sempre a retirar e a por a tala 😖
Sempre que preciso de ir à casa de banho. sempre que vou cozinhar. Sempre que tenho de lavar a louça, sim porque não posso pagar a quem me providencie tais serviços, limpar e arrumar a casa.
sábado, 6 de setembro de 2025
Uma noite horrível
Começou com o que deveria ser uma viagem de 7 minutos até ao meu local de trabalho/casa da minha paciente, mas acabou por ser quase 40 minutos a conduzir pelo interior e em círculos até encontrar um desvio que me levou até à casa da paciente. Fui recebida pela paciente, estávamos a conversar e, a dada altura, perguntei à paciente se podia usar a casa de banho. Disse-me que sim, que podia usar. Fui à casa de banho e estava a meio de esvaziar a minha bexiga quando ouvi uma porta a abrir e a fechar. Senti imediatamente um arrepio na espinha e a minha intuição disse-me que algo de mau estava a acontecer. A paciente tinha saído de casa. desci aquelas escadas em caracol horríveis o mais rápido que pude, depois de me recompor, e descobri que a porta da frente estava trancada. Vi-me "trancado" dentro da casa daquela pessoa. Gritei pelo nome dela, saí pelas traseiras, mas estava escuro como breu e eu só conseguia ver o quintal dos vizinhos e não fazia ideia se havia uma saída dali, fui até à porta da frente novamente e vi pessoas à porta, eram os vizinhos da paciente, encontraram-na e estavam a dizer-me que a paciente estava com medo de mim 😟 que disse que eu a tinha ameaçado, pareciam apreensivos e quem poderia culpá-los!? Eu também estaria. Mostrei a minha identidade e expliquei quem era, bem como o que aconteceu. Então liguei para o filho e imediatamente o filo disparou: aterrorizaste a minha mãe! Eu disse: peço desculpa, mas não fiz nada disso e expliquei o que tinha acontecido, mas ele apenas disse que era melhor eu ir embora porque a paciente estava aterrorizada e que nunca quiseram uma noite de serviço em primeiro lugar e que isso lhes tinha sido forçado e todos estavam muito arreliados com toda a situação.
eu nada mais pude fazer que ligar para os serviços sociais e explicar a situação, informar a minha equipe de gestão sobre o acontecimento e ir-me embora.
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
O reaparecimento ao fim de quase 20 anos
Deixei de ter o ciclo menstrual a partir dos 48 anos. E agora voltou a aparecer aos 63 anos 🤯
Este mês então é uma desgraça! Primeiro, uma constipação, e agora a merda do período 🤬 E como se isdo não bastasse, vieram também os afrontamentos!🤯🤬🤯🤬🤦♀️